Estudo aponta mudanças no comportamento de jovens na internet

ANA PAULA BARREIRA, ANNE KAROLINE BORGES, BRUNA DE CASTRO, CAMILA PEDROSO, DOUGLACIEL DE JESUS E KAMILLA LEMES

Sociólogo Guilherme Borges analisa formas de comportamento de jovens.

O comportamento de jovens brasileiros na Internet mudou. Isso é o que aponta pesquisa realizada com 3.665 pessoas em todo País, pelo Instituto Qualibest. Segundo resultados do estudo, cerca de 76% dos internautas brasileiros acessam as redes sociais pelo smartphone; 62% por computador ou notebook e 14% pelo tablet, resultado da evolução dos equipamentos eletrônicos. O infográfico feito por Fernanda Pelinzon para a cartilha Consumidor Moderno, aponta os resultados da pesquisa. Confira:

Pesquisa revela os assuntos mais compartilhados pelos usuários da internet. Fonte: Fernanda Pelinzon, cartilha Consumidor Moderno.

Atualmente, as redes sociais exercem um grande poder na vida dos usuários, principalmente porque a internet possibilita que cada um publique ou compartilhe aquilo que deseja. O sociólogo Guilherme Borges explica que muitas pessoas passam por uma sociedade onde há novas formas de relações sociais que irão construir outros elementos e modificar este indivíduo. “Antes ele estava enraizado por conteúdos locais, e a partir do processo de globalização, o sujeito se relaciona com outras formas de interações e elementos culturais”, destacou.

Segundo a abordagem do teórico e especialista em geopolítica José William Vesentini em seu livro “Geografia: Geografia Geral e do Brasil”, as identidades do indivíduo pós-moderno não são naturais e eternas, mas sempre mudam com o tempo e de acordo com as circunstâncias. De acordo com o sociólogo Guilherme Borges, a globalização é um dos fatores responsáveis pelo processo de deslocamento do conceito de identidade. “A desaprovação do outro internauta pode gerar em alguns usuários uma crise identitária, fazendo com que ele não se sinta pertencente ao meio social e ao mundo globalizado” detalhou.

As redes sociais são ferramentas que possibilitam o contato social e favorecem a comunicação. Entretanto, a psicóloga comportamentalista, Cléia Queiroz, frisa que o uso excessivo das redes sociais pode causar transtornos psicológicos e afetar as relações face a face com familiares e amigos. “Na maioria das vezes, os internautas mais dependentes perdem a noção de convívio social e passam a se relacionar apenas no meio virtual”, alertou.

Nesta linha, Cléia Queiroz destacou que a dependência pela internet e redes sociais é ocasionada devido à falta de comunicação e acompanhamento dos pais em relação ao que os filhos fazem em suas vidas virtuais. “A internet é um meio em que o indivíduo e, principalmente o adolescente, encontra para se refugiar da realidade. Porém, isso passa a ser um problema quando a pessoa troca a vida real pela vida virtual”, avaliou.

A psicóloga Cléia Queiroz alerta os riscos do uso excessivo da Internet. Foto: Anne Karoline Borges.

Para o sociólogo Guilherme Borges, para haver um equilíbrio entre as relações interpessoal e virtual, é necessário que o adolescente tenha o apoio e a educação familiar, que funciona como um método preventivo. “As pessoas criam um mundo ideal na internet e quando não alcançam seus objetivos elas se frustram. Muitas vezes não percebem que estão com problemas e, quando percebem, o usuário ou a família dele busca terapias e análises psicológicas”, refletiu.

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