O sonho de um gigante

Os desafios do dia a dia e a vontade de conseguir um dia chegar na seleção brasileira de futebol.

ANA CAROLINE SOUZA

Guilherme jogando pelo FC-hansa 2016. Foto: Anton Bernhard.

Guilherme Esteves Lima estava preste a completar seus oito anos em 1999 quando seu pai Devair Fernandes Lima o levou pela primeira vez em um campo de futebol. Como Guilherme mesmo diz, “ não era o campo, mais sim um  terrão, cheio de pedra, mato, uma terra vermelha, um espaço bem precário.” campo apelidado por ele e seus colegas por “escolinha do peixe”, localizado no setor Vera Cruz em Aparecida de Goiânia.  Devair resolveu levar o filho ao terrão. Com  pés descalço, meio tímido, porém muito contente  Guilherme se juntou a outras crianças, a maioria mais velha do que ele. Devair logo percebeu que o filho levava jeito para o futebol  gostou do que viu,  continuou levando o filho pra jogar sempre no terrão, onde ele adquiriu experiência jogando cada vez melhor até completar seus treze anos.

Vendo o talento de Guilherme muita gente falava para Devair, seu filho tem talento, tem que procurar um time melhor. Um certo dia terminando o treino, Guilherme recebe o convite de um olheiro pra jogar no time do clube dos oficiais (Asberg), pai e filho como sempre juntos, se enche de alegria e esperança. Chegando na Asberg, Devair conta que Guilherme ficou emocionado  e feliz com a estrutura do local, já tinha outros garotos com experiências e que se destacava.

Guilherme logo se adaptou, foi ganhando experiência e se destacando. Não demorou muito aos 15 anos  veio a oportunidade do Guilherme ir pra escolinha do Vila Nova, adquiriu mais experiência, mais conhecimento do mundo do futebol  e assim ficou um ano e meio.

Em seguida mais um vez Guilherme recebe um convite de jogar no Goiás no Parque Anhanguera.  Iniciou no na escolinha do Goiás , passou pela pré equipe, logo começou a aparecer outras oportunidades começou a jogar com outras equipes, equipes melhores.

Com dezoito anos Guilherme começa jogar no Goiânia , dessa vez já  com contato profissional onde disputou o sub 20 e  o sub 18 pelo Goiânia, continuou jogando por dois anos no Goiânia, porem, só jogando futebol Guilherme não tinha como ajudar o pai em casa, onde estavam passando por dificuldades, foi ai que ele tomou uma decisão que contrariou muito Devair. Guilherme abandonou o futebol e começou a trabalhar em uma marcenaria e estudar a noite.

“magoei muito meu pai, mesmo contrariando os   sonhos dele , parei de jogar futebol’’. diz Guilherme.

Parecia ter desistido dos sonhos de jogar futebol, focava só no trabalho e nos estudos Devair continuava a incentivar o filho, pedindo pra ele voltar para o futebol. Guilherme voltou a jogar  futebol, mas com os amigos, tipo “pelada”. Certo dia, em uma dessas peladas, mais uma vez é observado por um empresário que o convida pra jogar fora dos Pais. Chegando em casa Guilherme  teve uma conversa com seu pai, e contou a novidade a seu pai Devair não cabia em si de alegria,  logo aconselhando o filho a aceitar e convite.

Chegando na Alemanha logo despertou a atenção de um time que se chama FCStahl, que o contratou, era um time de sexta divisão, foi contratado com um salario baixo no inicio, mas com moradia  e o visto que ele precisava pra ficar.  Mesmo com as dificuldades do clima, da língua, e ficar longe família, Guilherme viu ali uma grande oportunidade de mudar de vida, acabou ficando um ano e meio.

Foi foi para outro time, de quinta divisão chamado Malchow,  ficou seis meses. Guilherme, hoje com 23 anos, joga profissionalmente no FC Hansa Rostock mesmo longe ele diz que está feliz e  realizado por conseguir dar uma vida melhor para sua família. E cresce cada vez mais a vontade  de conseguir chegar a seleção brasileira de futebol.

“Sinto orgulhoso e feliz de ter conseguido chegar até aqui, mesmo com todas as dificuldades, quero realizar meu maior sonho de chegar a seleção brasileira de futebol’’.

Read Previous

Os bastidores do jornalismo no Rádio.

Read Next

Camila Santos uma carateca franzina, mas dura na queda