Black Friday: O Lucro está na Estratégia, não no Desconto

A Black Friday se tornou um dos períodos mais esperados do calendário comercial brasileiro, mas ainda há empresas que tratam a data apenas como um momento de liquidar estoques ou oferecer cortes agressivos de preços. No entanto, para o varejo moderno, a Black Friday pode e deve ser encarada como uma poderosa ferramenta de construção de marca, aquisição de clientes e consolidação de novos hábitos de consumo. Os resultados mais expressivos não surgem da simples redução de preços, mas da capacidade das empresas de transformar a data em estratégia.

            Um primeiro ponto essencial para o sucesso é o planejamento. As organizações que se destacam começam a preparar a Black Friday meses antes, alinhando logística, estoque, marketing, tecnologia e atendimento. A falta de previsibilidade gera problemas conhecidos do consumidor: produtos indisponíveis, plataformas instáveis, atrasos na entrega e falhas no suporte. Ao antecipar demandas e reforçar suas operações, a empresa não apenas evita prejuízos, como eleva a percepção de profissionalismo e compromisso com o cliente.

            Outro aspecto fundamental está na transparência. A prática de inflar preços para simular descontos, conhecido popularmente como “tudo pela metade do dobro”, pode até gerar vendas pontuais, mas compromete a reputação da marca a longo prazo. Em um cenário em que o consumidor tem acesso a comparadores de preço, reviews e redes sociais, a credibilidade é um ativo inegociável. Empresas que priorizam comunicação clara e preços honestos conquistam confiança e garantem retorno do público mesmo após o evento.

            A experiência do cliente também desempenha um papel central. Em um momento de alta demanda, pequenos problemas se tornam grandes incômodos. Por isso, investir em plataformas robustas, canais de atendimento eficientes e entregas rápidas faz toda a diferença. Empresas que ampliam suas equipes temporariamente, utilizam chatbots para atendimento inicial e oferecem rastreamento transparente ganham vantagem competitiva. Em tempos de compras aceleradas, a excelência operacional é a chave para converter visitantes em clientes fiéis.

            Além disso, a Black Friday é a oportunidade ideal para utilizar dados de forma estratégica. Monitorar comportamento de navegação, preferência de categorias, abandono de carrinho e histórico de compras permite segmentar ofertas e direcionar campanhas com assertividade. Personalização é, hoje, o maior diferencial do varejo digital. Em vez de disparar mensagens genéricas, empresas que entendem seu público conseguem entregar exatamente aquilo que ele procura, elevando taxas de conversão e reduzindo custos com marketing.

            Outro fator relevante é a integração entre os canais de venda. Lojas físicas e e-commerce não devem concorrer entre si, mas atuar de forma complementar. Estratégias como retirada na loja, reservas online, promoções exclusivas e comunicação unificada fortalecem a presença da marca e ampliam a conveniência para o consumidor. Empresas omnichannel saem na frente porque oferecem liberdade de escolha e eliminam barreiras comuns na jornada de compra.

            Ressalta – se que a Black Friday não termina quando o relógio marca meia-noite. O pós-venda é determinante para o impacto final da campanha. Um atendimento eficiente, a resolução ágil de problemas, a oferta de benefícios para compras futuras e ações de fidelização transformam compradores sazonais em clientes recorrentes. A continuidade do relacionamento é o que garante que o esforço de novembro se converta em resultados duradouros.

            A Black Friday é, sim, uma vitrine poderosa, mas apenas para quem sabe utilizá-la com inteligência e responsabilidade. O verdadeiro diferencial está em unir estratégia, planejamento e respeito ao consumidor.

Porque, no varejo moderno, a empresa que conquista confiança vence a Black Friday e todo o resto do ano.

Autores: Guilherme Rabelo Rios, Matheus Marques Domingues, Gabriel de Oliveira Gomes, Pedro Henrique Macedo Tiburcio, Rafael Santana Ferreira Lima, José Pereira Cardoso Neto, Carlos Eduardo Martins dos Santos – Estudantes do 3º e 4º Período do curso de Administração e Ciências Contábeis do Centro Universitário Araguaia.

Professora Orientadora Luana Machado dos Santos – Mestra em Engenharia de Produção e Sistemas, Administradora, Especialista em Gestão Empresarial com Ênfase em Consultoria, Especialista em Metodologias Ativas e Tecnologias Educacionais. Professora do Centro Universitário Araguaia

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