Conheça Cecília Vieira, psicóloga, pedagoga e amante de viagens

Redação: Beatriz Borges

Edição: Ana Maria Morais

Cecília Vieira, 50 anos, é formada em Pedagogia, Psicologia, especialista em Políticas Públicas pela Universidade Federal de Goiás, mestre em Educação pela UFG e doutoranda em Comunicação pela UnB. Além disso, Cecilia fala espanhol, francês e está aprendendo Inglês. 

Apaixonada por viagens, sua primeira ocorreu aos 15 anos de idade em uma excursão: “Eu tinha o sonho de conhecer o mar”. Em suas viagens, comenta que encontrou poucas pessoas negras. Ela diz que Brasil e Europa foram os maiores destaques nesse ponto. Cecília morou na Bélgica e foi onde teve o maior contato com pessoas de origem Africana e tinha muitos amigos da Angola. “Eu morava com várias pessoas, de vários países diferentes”, conta.

Curtindo o frio canadense

Histórias inusitadas

Em suas primeiras viagens, Cecília ia com um grupo de pessoas. Em 2005, decidiu viver uma verdadeira peripécia, viajando por 11 países europeus. “Cada dia era uma experiência diferenciada, eu não sabia onde eu ia dormir”, afirmou. Para conhecer tantos lugares, ela alugou um carro e foi transitando entre os países, uma aventura que rendeu muitas histórias e é claro, momentos inesquecíveis.

Em uma delas, na Alemanha, Cecilia estava saindo para pegar a estrada e entrou em um armazém para perguntar o endereço a um senhor. “Depois de me informar, ele me ofereceu um pão, e eu disse que não estava comprando nada”. A discussão continuou e o senhor voltou a afirmar que estava oferecendo o pão, mas, era para ela leva-lo para sua viagem: “Eu achei aquilo tão singelo” relembra.

Outra história, que também ficou marcada na memória de Cecília, foi a sua chegada a Europa na Bélgica: “Eu fiquei perdida do meu grupo, e dormi na casa de pessoas estranhas, no outro dia fui procura-los, mesmo assim, deu tudo certo no final”.

Cecília e o marido, Bryon Hall, em Búzios

O racismo no dia a dia

Cecília é militante do movimento negro. Recentemente, juntamente a Erika dos Santos e Abdul Muchingeca, participou da palestra reflexiva em comemoração ao Dia da Consciência Negra organizada pela coordenação dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UniAraguaia. Na ocasião, entre relatos e colocações pertinentes ao tema, ela lembrou que a luta antirracista não é apenas responsabilidade de negros e negras, mas de todos e todas que buscam por um mundo menos desigual.

Na visão de Cecília, na Europa o racismo  é pontual: “Se você é da América Latina, significa ‘você não faz parte da comunidade Europeia’”. É interessante esse apontamento feito, pois, em vários relatos vistos nas redes e em documentários, sempre são citadas frases referentes à resistência de vários países pelo fato do estrangeiro ser “latino”.

Já no Brasil, diz ela, a situação é diferente, o racismo se manifesta em todos os recantos no país. Cecilia narra um fato que ocorreu quando estava junto com sua sobrinha há três anos, na cidade de São Paulo, em um hotel na Avenida Paulista: “Não fomos aceitas por uma questão racial. O racismo te paralisa e te deixa impotente diante de uma coisa que é extremamente irracional”, analisa. Para ela, somente a educação pode mudar a barreira racial no Brasil.

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