Mudança de hábitos com as plataformas de streaming

Da sala de cinema para o sofá: A evolução nas formas de consumir entretenimento com a opção de assistir filmes sem sair de casa | Foto: Pixabay

Da sala de cinema para o sofá: A evolução nas formas de consumir entretenimento com a opção de assistir filmes sem sair de casa | Foto: Pixabay

Jaíne Amanda Oliveira

As plataformas de streaming se transformaram na maneira como os brasileiros
consomem filmes, revela uma pesquisa da Nielsen Brasil em parceria com a Toluna.
Segundo o estudo de 2022, 42,8% dos entrevistados assistem a conteúdo de
streaming diariamente, enquanto 43,9% o fazem semanalmente. Apenas 2,5%
declararam não utilizar essas plataformas.

O Brasil se destaca como o segundo país com maior consumo de vídeos na
internet, conforme revelado pela pesquisa Inside Vídeo da Kantar IBOPE Media.
Essa tendência crescente levanta questões sobre o impacto financeiro,
especialmente quando se compara o custo do cinema, considerado um luxo, com a
acessibilidade das assinaturas de streaming.

Em entrevista ao portal ESPM Rio, Philippe Leão, professor de cinema e associado
da Abraccine, comenta que embora a indústria cinematográfica tenha sofrido um
forte impacto durante a pandemia da Covid-19, a estabilização pós-pandêmica
ainda não atingiu os níveis pré-crise.

De acordo com o BoxOfficeMojo, houve um aumento de 81% na bilheteria mundial
total em 2020 em comparação com 2019. O retorno, embora em crescimento, ainda
não recuperou totalmente os valores anteriores, atingindo 7 bilhões de dólares em
2022.

Apesar dos desafios, Philippe Leão concorda que os streamings não significam o
fim do cinema. Ele argumenta que a sétima arte tem uma história de resiliência,
enfrentando crises e se reinventando ao longo do tempo. Para ele, o crescimento
dos streamings é parte de uma evolução natural no consumo contemporâneo.

Em um cenário onde a tecnologia se redefine constantemente a forma como
consumimos entretenimento, as plataformas de streaming emergem como
protagonistas. “As plataformas de streaming vieram para facilitar a vida,
principalmente na questão econômica”, afirma Francisco Luan Alves, um entusiasta
do streaming, de 21 anos.

Francisco Luan destaca que a necessidade de deslocamento, a compra de
ingressos e os gastos com transporte, como ônibus ou Uber, são fatores que tornam
o streaming uma opção economicamente atrativa. Além da liberdade de gerenciar o
tempo “Você pode dar uma pausa e ir ao banheiro”, observa Francisco Luan.

Num mundo onde a tecnologia nos oferece a comodidade de assistir filmes no
conforto de nossas casas, algumas pessoas ainda afirmam que a magia do cinema
está irremediavelmente ligada à experiência única que só as salas escuras e os
imponentes podem proporcionar.

“Alguns filmes eu prefiro assistir no cinema”, confessa Carlos Daniel, de 18 anos,
um apaixonado por filmes. Ao questionar sobre essa preferência, ele destaca que o
cinema oferece uma experiência única, com tela grande e tecnologia avançada.
Carlos Daniel acredita que essa atmosfera é difícil de replicar em casa, onde as
dimensões da tela e a qualidade do som nunca podem competir com as dos
cinemas.

Para Carlos Daniel, a ida ao cinema vai além da qualidade técnica. “Para mim, ir ao
cinema proporciona uma pausa no mundo digital”, revela. Ele explica que, ao entrar
em uma sala escura, as pessoas são solicitadas a desligar seus dispositivos
eletrônicos, concentrando-se totalmente na experiência do filme.

Carlos Daniel vê essa desconexão do mundo digital como um aspecto crucial,
permitindo uma imersão total na narrativa visual e sonora, sem as distrações do
mundo exterior. Onde, para ele, a experiência de compartilhar o espaço com outras
pessoas, em um ambiente dedicada exclusivamente ao filme, cria uma comunhão
entre os espectadores. O riso coletivo, o suspiro simultâneo diante de cenas
emocionantes e até mesmo os sustos compartilhados são elementos que nos levam
para uma experiência cinematográfica única.

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