Oficina “Desbloqueando a Criatividade: Inspiração e Inovação” | Foto: Uniaraguaia
Giovanna Lyssa Araújo
A Coordenação dos cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Araguaia (UniAraguaia) promoveu Oficinas Interativas na Semana de Integração Acadêmica. O evento foi sediado no prédio de comunicação da Unidade Bueno, nos dias 19 e 20 de novembro, das 8h30 às 11h30. Contando com quatro oficinas ministradas por docentes e profissionais da área de Comunicação Social, o objetivo da iniciativa foi estimular o desenvolvimento dos alunos por meio do aprofundamento de conteúdos e aplicações práticas.
As oficinas foram ministradas pelos professores Eduardo de Ávila, Karine do Prado, Tatiana Carilly e o publicitário egresso Thiago Xistos. Cada oficina promoveu foco em áreas de especialidade dos convidados, como comunicação visual, fotografia, telejornalismo e criação publicitária.
De acordo com a professora Viviane Maia, coordenadora dos cursos de comunicação da Uniaraguaia, a implementação das oficinas foi uma estratégia para atender à demanda dos alunos.
“A semana de integração acadêmica é um evento semestral fixo. Duas atividades são definidas: o Encontro de Egressos e a Apresentação da Pauta Norteadora. O restante da programação da semana é mutável, então a gente faz de acordo com as necessidades. Por conta de termos ficado muito tempo no regime online durante a pandemia, muitos alunos fizeram matérias técnicas online. Eles sentiram falta dessa prática. Então, diante de muitos pedidos, nós decidimos aproveitar esses dias da semana de integração acadêmica para ofertar algumas oficinas.”
Cultura das Dobras e Sustentabilidade
O tema escolhido para a oficina do professor Eduardo de Ávila foi “Cultura das Dobras e Sustentabilidade”, com a proposta de discutir esses conceitos à luz da cultura japonesa. O professor destacou algumas pautas da oficina:
“Eu quero discutir aqui com a turma pelo menos duas categorias de sustentabilidade, que seriam a socioeconômica e a ambiental, para pensarmos em possibilidades alternativas de produção e até mesmo destacar questões ligadas ao meio ambiente. O objetivo dessa oficina é trabalhar principalmente o conceito de dobra (dobradura) e a partir disso exercitar algumas possibilidades que envolvem objetos do cotidiano.”
Para o professor Eduardo, a oficina é proveitosa tanto para os estudantes de Publicidade como para os de Jornalismo. A ideia principal é pensar na sustentabilidade das dobras não apenas no ambiente profissional, mas também na rotina diária.
De acordo com Evandro Carlos, aluno do 6º período de Jornalismo da Uniaraguaia, que participou da oficina, o contato com o tema da cultura asiática foi muito interessante.
“O professor Eduardo acabou de voltar de uma viagem ao Japão, então ele trouxe esse conhecimento obtido para a oficina, explicando como no mundo oriental eles usam essa tradição de dobrar as coisas para a praticidade deles, mostrando o que vem a ser sustentabilidade para objetos. O povo oriental veem esses móveis mais pela eficiência deles, não como estética, aproveitando 100% daquele espaço.”
Evandro destaca que, na parte prática da oficina, a ideia era aprender a fazer origami – a arte de dobrar papel.
“Confesso que tive dificuldade, minha habilidade motora para trabalhos manuais é de uma criança. Meus origamis foram péssimos, o pessoal lá conseguiu e tudo mais, mas eu só consegui fazer alguma coisa com orientação detalhada do professor.”
Técnicas Vocais e Corporais Diante das Câmeras
A oficina ministrada pela professora Tatiana Carilly trouxe o tema “Técnicas Vocais e Corporais Diante das Câmeras”, focando no aprendizado prático para telejornalismo e propaganda para TV. Segundo a professora, o objetivo central da oficina foi trazer aos alunos consciência corporal para trabalhos em vídeo, incluindo técnicas vocais, linguagem corporal e uso coerente das expressões faciais.
“Às vezes, a gente pode estar falando alguma coisa, mas o corpo está dizendo outra. Então, a oficina vem com a missão de explicar como a gente faz esse alinhamento entre a fala e as expressões. É importante saber como passar credibilidade no vídeo, pois o profissional de comunicação precisa transmitir uma imagem respeitada e credível. Para isso, existem várias técnicas e estratégias para estar em frente às câmeras, que são muito úteis. Isso traz segurança para o profissional.”
A professora, que possui experiência no telejornalismo, explica que o acesso ao mercado de trabalho é facilitado quando se desenvolvem técnicas com antecedência.
“É importante desenvolver essas habilidades. Precisamos saber o que é considerado melhor pelo mercado para ter mais segurança ao se expor em frente às câmeras. Sem técnica, esse caminho fica muito mais difícil. Como contar uma história sem um roteiro?”
Para Anna Julia Moreira, aluna do 6º período de Jornalismo, que participou da oficina, a dinâmica adotada pela professora foi um treino relevante para seus planos de carreira.
“A oficina da professora Tatiana foi um aprendizado muito grande. A gente pôde aprender mais sobre como se comportar diante das câmeras, como falar adequadamente, como se posicionar. Também tivemos a oportunidade de aprender na prática, com a atividade de fazer as matérias e gravá-las. Foi um desafio, mas um aprendizado muito grande e que é bastante importante para nós, que somos jornalistas e estamos nesta área. Eu amo telejornalismo, então foi muito produtivo para mim.”
Mobgrafia: Conceito e Prática
A oficina que abrangeu o conceito de Mobgrafia, arte fotográfica feita com dispositivos móveis, foi ministrada pela professora egressa Karine do Prado. Para ela, o propósito do reencontro com os alunos da Uniaraguaia não é apenas ensinar como fazer as melhores fotos com o celular.
“Estamos em um mundo totalmente Instagramável, as fotos são abundantes hoje em dia. Por isso, o objetivo não é aprender a produzir mais fotos, mas treinar nosso olhar. Eu sempre digo aos alunos que não vamos aprender a olhar com a câmera do celular, mas com as lentes dos nossos olhos, porque isso faz a diferença ao fazer uma fotografia. Precisamos ver a vida de maneira diferente, com mais afeto, mais esperança, mesmo em tempos tão caóticos. Tentamos, por meio da fotografia, transmitir uma mensagem, um conceito. Cada um de nós tem uma história de vida e um olhar único.”
A professora também destacou a dinâmica da oficina.
“Primeiro, houve um momento mais dialógico, de conversa com os alunos. Depois, houve um momento mais técnico, focando na fotografia básica, como composição e luz. Também mostrei alguns truques específicos para fotografia em celular, que às vezes não percebemos no dia a dia, porque é possível fazer coisas interessantes. Então, os alunos foram ao campo para fotografar.”
Segundo Gabriela Silva e Souza, aluna do 3º período de Publicidade e Propaganda, a oficina superou suas expectativas.
“Foi uma experiência muito bacana, porque todo mundo tem um celular. Aprendemos a tirar fotos de maneira mais sensível. Foi surpreendente quando a professora pediu para tirar uma selfie do nosso interior. A sensação que fica é de que aprendi muito em pouco tempo, sobre qualidade da foto e recursos que a mobilidade oferece, como se aproximar do produto que você está fotografando ao invés de usar o zoom. Além disso, aprendemos a aguçar o olhar e observar o que é diferente, o que nos impacta emocionalmente. Muitas coisas estão acontecendo ao nosso redor, e às vezes não prestamos atenção.”
Desbloqueando a Criatividade: Inspiração e Inovação
O publicitário Thiago Xistos, formado na Uniaraguaia, retornou à instituição para ministrar a oficina “Desbloqueando a Criatividade: Inspiração e Inovação”. O tema atraiu um grande público no primeiro dia de oficinas.
“O objetivo não é sair daqui dizendo que todos são criativos, mas é uma iniciativa para que as pessoas possam pensar que qualquer um pode criar algo do zero. Então, é sobre desenvolver o autoconhecimento, guiando a descoberta de habilidades, mais do que aplicar técnicas literalmente. A ideia, como eu disse antes, é desmistificar que a criatividade é apenas para pessoas criativas. Quero, por meio da oficina, mostrar aos meus futuros colegas de profissão que é preciso ter coragem para começar a criar.”
Thiago destaca o público-alvo da oficina.
“O projeto foi pensado para ajudar tanto publicitários quanto jornalistas, e se houvesse engenheiros, enfermeiros ou profissionais de outras áreas, também seria uma experiência válida, porque todos precisam desse processo criativo em suas profissões.”
Para João Victor, estudante do 6º período de Publicidade e Propaganda, que participou da oficina com foco em criatividade, a nova dinâmica foi muito proveitosa.
“Foi uma boa oficina. Trabalhamos uma parte teórica, destacando conceitos para entender o funcionamento do processo criativo. Depois, fizemos uma atividade prática de colagem em grupo. No início, pensamos em uma colagem e discutimos o que poderíamos tirar disso. Ele definiu um tema, deixando a criação aberta, com a missão de pegar dois produtos de universos distintos e fazer uma conexão entre eles. Ele ficou o tempo todo desafiando, questionando, perguntando, querendo saber, participando ativamente do processo criativo conosco.”
João também enfatiza que se sentiu muito à vontade durante a oficina.
“Foi uma conversa muito boa, porque ele é um ex-aluno da instituição. Conseguimos ter uma conversa mais próxima do que teríamos com um professor. Ele passou pelas mesmas experiências que nós, sentou nas mesmas carteiras, não faz tanto tempo assim. A relação foi ótima e nos ajudou bastante no processo. Saímos de lá inspirados; pelo menos eu saí com vontade de fazer coisas.”