Uma História de Amor e Fúria reflete sobre a realidade brasileira desde 1500

Redação: Raquel Moura

Edição: Ana Maria Morais

Foi realizado no último sábado, 27, o XIII Cineclube Araguaia, promovido pelos Cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UniAraguaia. Via Google Meet, foi exibido o filme Uma História de Amor e Fúria, e os responsáveis por debater o filme foram os docentes de Comunicação da instituição: Viviane Maia, Patrícia Drummond, Karine do Prado, Gildésio Bomfim, Márcia Pimenta e Murilo Berardo.

A obra nacional foi lançada em 2013, com direção e roteiro de Luiz Bolognesi. A animação brasileira Uma História de Amor e Fúria conta a trajetória de um homem que está vivo há 600 anos. Ele participa de diversas épocas marcantes do Brasil e o enredo foca em quatro grandes momentos 1500, 1800, 1970 e 2096. Todo o contexto histórico de cada um deles é pano de fundo para uma história de amor, que sobrevive ao longo dos séculos, entre o herói imortal e Janaína. 

A primeira parte da narrativa mostra o período da colonização do Brasil. Na pele do índio tupinambá Abeguar, o personagem se depara com as dificuldades enfrentadas pelos franceses na região em oposição ao poder de Portugal. O filme destaca a violência que os índios sofreram nesse conflito. A segunda explora os acontecimentos na época da escravidão. Como Manuel do Balaio, o protagonista é o líder da Balaiada, revolta do período regencial que ocorreu no Maranhão, e vivencia o massacre que a população envolvida no movimento enfrentou.

Já em 1970, o personagem faz oposição à ditadura militar. Ao lado de Janaína, lutando contra o regime, ele é preso e torturado. Por fim, o filme apresenta uma intensa disputa pela água em um futuro não muito distante. Após a exibição do filme, os debatedores deram inicio a diversas reflexões sociais que o filme traz. A professora e publicitária Karine do Prado levou os participantes a refletirem sobre o papel dos profissionais da Comunicação nas lutas que o filme mostra: “Nós somos produtores culturais, produzimos a cultura e vivemos ela também, como podemos preencher essa lacuna que é a busca pelo nosso próprio passado? É uma reflexão que o filme nos traz”.

Para Viviane Maia, o enredo vai além: “O filme nos traz três minorias, mas existem mais. Esses três grupos minoritários são protagonistas no filme, mas não são protagonistas nos nossos livros de história, porque os nossos livros de história foram escritos pelos herdeiros dos colonizadores, pela elite, então esses livros nunca deram protagonismo aos indígenas, aos negros e as mulheres”. A estudante do Curso de Jornalismo Nayú Fernandes destacoi a importância de trazer esse tipo de filme para discussões: “É muito importante trazer essa discussão para o debate atual em prol de conscientizar a geração moderna sobre a nossa história e saber os acontecimentos do nosso passado. Não é possível mudar nosso futuro sem conhecer o passado para não repetirmos os mesmos erros, e buscar uma reparação histórica sobre eles. Principalmente para os estudantes de Comunicação Social, é interessante saber a ligação da história do nosso país com o passado, para nos tornarmos bons profissionais. Debates como este no ambiente acadêmico são de grande enriquecimento para o conhecimento de todas e todos discentes”.

O Cineclube é um evento realizado semestralmente, e sempre busca trazer obras com temas que impactam a realidade da sociedade, levando a reflexões sobre questões humanas e sociais, que vão além de um ambiente acadêmico.   

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