Como é a vida de um voluntário filantrópico?

Milady Espindula em evento realizado no Araujo Jorge. Foto: Arquivo pessoal Milady Espindula

Amor, terapia imprescindível na jornada contra o câncer


Duas vezes por mês a empresária Milady Marques de 34 anos, vai de encontro com sua missão que começou há dois anos. O trabalho voluntário no Grupo da alegria em Goiânia. Atualmente conta com 500 voluntários que são escolhidos através de um processo seletivo, e foi assim que Milady deu início ás ações.

“Sempre me senti incompleta… Tipo meio infeliz. E por várias vezes não me sentia tão importante para algumas pessoas.” Afirmou. Essa sensação foi fator predominante para a empresária começar a observar os trabalhos de um amigo próximo: Bruno Januário, um dos voluntários. Milady observava o amigo realizando trabalhos, e ajudando pessoas com problemas de saúde. “ele me explicou como fazia e quando aconteciam as inscrições”.   

A aprovação no processo veio em 2018, e apesar de sentir que não era importante para todos ao seu redor, o voluntariado mudou sua perspectiva de vida, Milady agora tinha a certeza de sua utilidade no mundo. Essa dúvida é bastante frequente em nós: Por que estou aqui? Nossa vida pode ser cercada de perguntas sem resposta, mas, não seria essa a proposta inicial?! Descobrir nossa missão! Como disse o filósofo Heráclito de Éfeso (540 – 470 a.C.) “se a felicidade estivesse nos prazeres do corpo, diríamos felizes os bois, quando encontram ervilhas para comer”.

Mudando vidas
O primeiro evento desse processo voluntário para a empresária foi em 2018 realizado pela Policia Federal de Goiás, no Araújo Jorge, para crianças que fazem tratamentos contra o câncer. Ao se deparar com a cena de várias crianças, bebês e adolescentes a voluntária precisou buscar forças para continuar “Fui para um canto querendo chorar, só pedia a Deus força para levar um pouco de alegria para aquelas crianças”.

Pamela Maressas Foto: Marcio Junior

Nesse evento foi quando ás vidas de Milady e Pamela Maressas de 8 anos se cruzaram. Pamela era uma das crianças que participou do evento, e ao receber a atenção de Milady disse que seu nome era Barbie. A resposta inusitada chamou a atenção! Pamela foi diagnosticada com câncer no fêmur. Com o quadro já agravado, a recomendação médica foi a amputação do membro.

Com o procedimento feito, Pamela e a família foram em busca de uma prótese, que é vendida por um preço bastante elevado! Mas, ao conhecer a história a voluntária passou a acompanhar e ajudar de perto todo o processo. A empresária iniciou uma campanha de arrecadação juntamente com os colegas para conseguir a prótese. Alguns meses depois com a campanha, Pamela conseguiu adquiriu o equipamento.

Grupo alegria
O Grupo Alegria foi criado em 08/01/2012 pelo fundador Robert Trajano, juntamente com mais quatro amigos, na cidade de Goiânia. O intuito do Grupo é levar um pouco de alegria, tranquilidade, amor e paz aos que necessitam. Visitando hospitais, asilos, orfanatos e bairros carentes caracterizados de palhaço. Em datas comemorativas, os voluntários distribuem brinquedos ás crianças. O grupo é totalmente independe, e não possui vínculo com o estado.

Voluntários Grupo Alegria Foto: Arquivo pessoal Milady Espindula

Houveram 8 formações de integração aos novatos até o ano de 2017. Hoje o grupo conta com mais de 500 integrantes. Até o momento, existem extensões do Grupo Alegria em Goiânia, Catalão, Anápolis, Itumbiara, Uberlândia, Quirinópolis e Aparecida-SP. Para se tornar um voluntário e necessário participar de um processo seletivo, que é divulgado pelas redes sociais do grupo.

Reportagem: Beatriz Borges, Marcio Junior, Itana Amaral, Patricia Bastos

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