Camila Santos uma carateca franzina, mas dura na queda

JOÃO MESSIAS E MARA VIANA

Em meio aos cantos dos pássaros, em um final de tarde de domingo, estava a entrevistar uma dedicada jovem carateca, no bairro distante do centro da cidade, na região conhecida como Trindade Dois, por ficar a 12 km do centro de Trindade. Ela conta sua rotina de treinos, trabalho e estudo, envolta de vários livros e um notebook, na casa do namorado Gabriel Lopes de Amorim, que também é carateca e treinam juntos na mesma academia Deay Fit, no Setor Cristina, com o professor (sessei) Xexeu.

Camila Santos de Souza conheceu o Karatê quando cuidava de umas crianças e as levava para treinar “fiquei observando, na última vez que fui, o professor me perguntou se queria treinar, aí, quando cheguei em casa conversei com minha mãe e ela deixou, fui treinar e gostei”.

Camila começou a competir em 2011, com 15 anos e hoje com 20 está usando faixa roxa “agente começa com a faixa branca e se já estiver bem, apto a algumas lutas, aí muda de faixa com seis meses”. Ela diz que sempre foi dura na queda e quando começou os homens tinha preconceito com as mulheres no tatame mas hoje é normal. Ela já disputou o Campeonato Goiano e a Copa Trindade e nunca ficou fora do pódio “sempre estava ali, quando não era primeira, era segunda ou terceira, mas nunca fiquei fora do pódio”. Ela considera o título mais importante, o do Campeonato Brasileiro disputado na Bahia em 2015, que garantiu em equipe.

Camila Santos de Souza, carateca da Federação Esportiva Educacional Goiana de Karatê.

Em 2020, na Olimpíada do Japão, o esporte será disputado pela primeira vez nos Jogos Olímpicos, e Camila diz que “seria um sonho disputar os Jogos de Tóquio” e acrescenta, “o karatê terá mais visibilidade e mais pessoas vão passar a treinar, lá na academia muitas pessoas já voltaram, quando souberam que o karatê se tornou olímpico”.

Treinar, estudar e trabalhar

“Eu tenho 24 horas para tentar dividir, tem dia que dá outros não, a gente vai manuseando para dar tempo o dia inteiro”. Camila treina, principalmente, nos finais de semana, pois trabalha de estoquista em um supermercado de Goiânia, durante o dia, e a note estuda graduação em Marketing e o tempo que sobra é mais no final de semana, que faz cata, e exercício físico além de lutas.

Ela ressalta a necessidade de um patrocínio para a academia e que muitos atletas não conseguem competir em outros campeonatos fora da cidade pela falta de verba, pois, os pais não têm condições de pagar viagens e hospedagens para os filhos.

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