Ofício em jogo

NATANAEL GONÇALVES

A profissão de árbitro de futebol, tem a finalidade de marcar gols feitos pelo time opositor e, claro, sendo aquele com mais gols o vitorioso. Pode atuar, também, como juiz que anuncia com o apito o início e o final de uma partida. Faz o cumprimento das regras esportivas como, cobrança de faltas, pênaltis, expulsões, escanteios e outros. A participação do árbitro é indispensável, já que sem ela o jogo não começa.

Francisco de Assis que prefere ser chamado de “Tito”, 39 anos, casado, padrasto de dois enteados e pai de uma garota de 13 anos, tem pouco mais de 1,70 m de altura e por volta de 80 kg. Natural de São Miguel do Tocantins – TO, foi tentar a vida ainda jovem na cidade de Gurupi – TO, lá jogou futebol de campo e futebol de salão com alguns campeonatos vencidos ao longo de sua carreira e, também, foi o lugar onde começou a apitar jogos e conheceu sua esposa Oneide com quem é casado há 17 anos.

Francisco de Assis se divide entre a profissão de árbitro de futebol, microempresário e sapateiro.

Mas, para quem sonha em exercer a profissão de árbitro é preciso muito mais do que gostar de futebol. Já que, além do bom preparo físico, bom senso, moralidade, honestidade, muita paciência, autoridade, capacidade, conhecimento das regras do jogo, imparcialidade e capacidade de liderança são fundamentais.

Apesar de tocar uma pequena distribuidora de bebidas e ainda trabalhar como sapateiro. Francisco atua como árbitro amador há mais de 15 anos e tem no ofício uma paixão na sua vida. Quando chamado dificilmente recusa os bicos para apitar jogos que normalmente ocorrem nos finais de semana e feriados. Na pequena e simples sapataria onde trabalha, em meio a vários sapatos e malas para consertar. Francisco relata o início de sua carreira nos campos “ Por influência de amigos. Amigos meus que trabalhavam na empresa comigo. E aí eles foram me incentivando. Aí eu fiz o curso e gostei do trabalho e até agora estou nesse ramo”.

A esposa Oneide, mesmo concentrada em seu trabalho de dona de casa, se sente preocupada com o marido e opina sobre a profissão dele “ Acho muito perigosa as vezes. Tem agressão no meio de campo, das pessoas e dos jogadores”.Outra personagem importante que não hesitou em me dar uma entrevista, é Jennifer, de 13 anos, que faz questão de acompanhar a rotina do pai. A menina, estudante do ensino fundamental, diz que o ofício do pai há muitas discussões, brigas e xingamentos tanto por parte dos jogadores quanto dos torcedores. Tito dá uma boa dica que segundo ele é essencial e de ouro para se tornar um bom árbitro “Eles falam muito que juiz é ladrão, arbitro é ladrão. E se tem uma pessoa que precisa ter nome limpo é arbitro de futebol”.

Mesmo tendo almejado várias vezes a carreira profissional de árbitro, Tito ainda consegue expor a sua satisfação por ter uma pequena empresa de bebidas, por trabalhar como sapateiro e, claro, demonstra orgulho por ter na arbitragem não só um esporte, mas uma profissão que, mesmo sendo, um baixo complemento de renda para o sustento próprio e de sua família o deixa realizado por fazer o que ama.

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